terça-feira, 1 de setembro de 2009

Parques Urbanos – o potencial de Queluz

Proponho uma reflexão sobre a situação dos parques urbanos em Queluz. De facto nenhum desses espaços está em condições na cidade de Queluz.
Vejamos, o Parque Conde Almeida Araújo (precisamente na rua da Junta de Freguesia) encontra-se com o Jardim Infantil abandonado. O parque Felício Loureiro, tem uma manutenção escassa e faltam instalações sanitárias, desportivas e de restauração. Acrescento ainda a Quinta Nova, que apesar de não ser um parque urbano, tem um enorme potencial para ser um espaço de lazer e recriação da população, mas pelo tratamento que tem tido nem parece que seja fracção da freguesia de Queluz…
Estive em Londres recentemente, onde os parques urbanos se encontram cuidados e a população local tem orgulho neles. Vou dar o exemplo de Croydon, na periferia de Londres - área dormitório - com uma grande população imigrante, a uma distância de 20 minutos de comboio até ao centro de Londres. Possui um parque urbano extremamente bem pensado, limpo e atractivo. Para além de estar patente a forte presença das entidades competentes, existem comunidades de voluntários que tratam da manutenção do parque. Permanecem outras iniciativas que zelam pela subsistência do parque: memoriais aos entes queridos, gravados, por exemplo nos bancos de jardim. Na entrada do parque, temos uma placa de denúncia daqueles que sejam apanhados, em flagrante a destruir o parque, com o respectivo número de telefone da polícia. O parque é fonte de receitas, possui campos de jogos para alugar, quiosques e restauração. Existem obviamente instalações sanitárias. Agora pergunto, e o parque urbano Felício Loureiro? Sim, também já teve um quiosque-bar com explanada ao lado do campo de jogos, num beco, local nem sempre bem frequentado. Passados uns anos faliu e acabou por arder. Mais um esbanjamento de dinheiro - o nosso dinheiro! Muito mal pensado foi o nosso parque urbano, em vez de instalar as áreas de restauração no espaço contíguo ao Palácio, zona ampla e com estacionamento, onde muitos queluzenses passeiam e outros praticam jogging, sem acesso um espaço onde obtenham uma bebida fresca ou algo de comer, não existe sequer uma máquina de refrigerantes. Os turistas também vagueiam pelo parque, estupefactos com a realidade de Queluz, certamente não irão voltar. Defendo ainda, que parte dos extensos jardins do Palácio de Queluz deviam ter uma entrada pelo Parque Felício Loureiro. É inadmissível que um queluzense para entrar nos jardins do Palácio precise atravessar várias salas do Palácio e pagar ingresso. Devíamos aproveitar esses Jardins, a sua história e reputação para fazer de Queluz um exemplo de parques urbanos em Portugal.
A Quinta Nova, como vimos na sondagem no nosso site, poucos queluzenses conhecem - é normal - nem sequer existe uma entrada visível ao público. Nas minhas voltas de bicicleta tinha que passar pelo edifício das estradas de Portugal para poder lá entrar. É lamentável o estado em que se encontra hoje essa Quinta, que outrora era cuidada e servia os nobres e a família real portuguesa. A mata da Matinha também deve ser preservada e protegida, são raros os espaços com uma ligação à natureza dentro do espaço suburbano da periferia de Lisboa.
Igualmente o Parque Infantil Conde Almeida Araújo, tema já abordado pela candidata Judite Esteves no post anterior, é o espelho do abandono a que Queluz tem sido votada. Neste momento, a Junta de Freguesia de Queluz, tem distribuído uns panfletos a dizer que o Jardim Infantil está em fase de concurso. Por que não foi tudo resolvido nestes 4 anos de mandato? É preciso que venham as eleições para distribuir tais panfletos (feitos com o nosso dinheiro) para tapar os erros do passado. Chega!

Concluindo, do nosso ponto de vista, um parque urbano tem que gerar receita para ajudar a despesa da manutenção, dei o exemplo de Londres que é o que tenho mais presente, mas também podia dar o exemplo do Parque da Quinta das Conchas no Lumiar, amplo, bem cuidado, com instalações sanitárias e de restauração. Um parque urbano pode e deve produzir rendimento, o qual para além da manutenção e limpeza do mesmo vai originar novos postos de trabalho. Um parque urbano cuidado e agradável enobrece e dá vida a Queluz.